Grãos de Luz

“Eu acho que nós fizemos a escolha bem acertada de ser itinerante. Porque é essa coisa, pra onde a gente precisa ir, pra onde a gente precisa ensinar e aprender. E com isso nós fomos em Aldeia Velha, já fomos em Santo Antônio. E estamos aí, né? Onde a gente é chamado a gente vai com o maior prazer porque o objetivo é esse, né? Cada vez mais democratizar e que esse conhecimento se torne presente na vida de todas as pessoas. Porque já era anteriormente esse conhecimento ancestral… E agora com toda essa medicina alopática, nós queremos dizer: Olhe só, vocês tem um caminho que já foi traçado, não vamos esquecer disso.”

(Luiza Borba, coordenadora do Coletivo Grãos de Luz)

O coletivo “Grãos de Luz” se dedica a difundir o conhecimento das práticas tradicionais de cura e seus mantenedores, estimulando o plantio através da distribuição de mudas e criação de canteiros medicinais. Formado por profissionais de áreas correlatas à medicina natural e mestres erveires da região, o Coletivo se reúne uma vez ao mês para a produção da conhecida “Pomada Milagrosa”.

Esta receita produzida a muitas mãos e composta por, em média, 50 espécies distintas de plantas foi recebida pela Rede fitovida e carregada como dispositivo de compartilhamento de saberes por esse valioso coletivo que hoje resguarda já parte da memória das plantas e práticas tradicionais de cura da região de Lumiar e arredores.

Participamos de um fortuito encontro para a feição da pomada, realizado em São Pedro da Serra na residência de Dani Aldeia e Ixmin (integrantes do coletivo Grãos de Luz). Ali estavam também Teka e Naynawa Shanenawa, indígenas acreanos, que compartilharam este processo de feitura artesanal, carregado de reflexões, aprendizados, cantos e falas de poder em todas as suas etapas. Neste fortuito encontro, os parentes shanenawa integraram-se aos curandeires, rezadeires e erveires da serra, trazendo o xamanismo amerindio para dentro das matas do Atlântico.

Falantes da língua Pano, idioma compartilhado por diversas etnias que habitam a a floresta amazônica na região de divisa entre Brasil, Bolívia e Peru. Os Shanenawa vivem às margens do Rio Envira, na região centro norte do do estado do Acre, município de Feijó. O “povo do pássaro azul” tem histórico de contato, similar a outros grupos da região, como os Katukina e os Kaxinawa e compartilham também com os grupos da região o conhecimento ancestral sobre a Ayahuasca, Umi, na língua shanenawa. É através do conhecimento do cipó-mariri (Banisteriopsis caapi) e das folhas da chacrona (Psychotria viridis) que os shanenawa produzem sua cura. Ela vem através das visões e conhecimentos sobre as coisas do mundo e da natureza. Na ocasião, os shanenawa estavam ali, compartilhando as visões de mundo e seus cantos de cura, no processo de compartilhamento de saberes com o coletivo Grãos de Luz.

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